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Demissões em massa no São José Operário: crise de gestão agrava situação do hospital em Cabo Frio
Os diretores do Hospital Municipal São José Operário (HMSJO), em Cabo Frio, Sérgio Lívio Menezes Couceiro, responsável pela UPG, e Gilberto de Angelo Filho, diretor médico da unidade, pediram demissão nesta sexta-feira (13). A decisão foi motivada por atrasos salariais e a falta de insumos básicos, como luvas e soro, essenciais para a realização de procedimentos médicos e cirurgias.
Segundo os profissionais, a crise chegou a um ponto crítico. “Semana passada, tivemos que operar sem soro. Não posso assumir essa responsabilidade. Vamos formalizar um documento ao CRM e registrar um boletim de ocorrência”, relatou um médico cirurgião da unidade.
A insatisfação não se limita aos insumos. Embora parte dos médicos e cirurgiões contratados tenha recebido pagamentos parciais, os salários não foram quitados integralmente, gerando insegurança e descontentamento entre os profissionais de saúde. A discrepância nos valores pagos, especialmente aos médicos que possuem salários mais altos, é vista como mais um agravante da situação.
“Não se trata apenas de dinheiro, mas de segurança para os pacientes e de condições dignas para que médicos e enfermeiros possam trabalhar”, ressaltou um dos profissionais.
A insatisfação entre a equipe também é direcionada à gestão municipal. “Desde que essa mulher assumiu, estamos trabalhando na miséria”, desabafou um funcionário, referindo-se à atual administração.
Enquanto a crise persiste, o atendimento no HMSJO está ameaçado. Pacientes que necessitam de cirurgias enfrentam atrasos indefinidos, aumentando a pressão sobre o sistema de saúde de Cabo Frio.
Até o momento, a Prefeitura não anunciou medidas concretas para resolver a situação, e o funcionamento do hospital permanece em risco iminente. A crise no São José Operário reflete os desafios enfrentados pela saúde pública da cidade, que tem visto a precariedade de recursos afetar diretamente os serviços oferecidos à população.