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Programa de monitoramento de Maricá flagra aparição de animal ameaçado de extinção
O Programa de Monitoramento da Fauna Silvestre de Maricá (Mofama) flagrou mais uma aparição de onça-parda (Puma concolor) no Refúgio de Vida Silvestre Municipal (Revis), no Espraiado, no último mês de janeiro.
Segundo a prefeitura, o registro do animal, de aproximadamente 2 anos de idade, foi o 4º no município, desde 2021, de uma espécie considerada extinta há mais de 1 século na área litorânea do Estado do Rio.
O 1º registro da uma onça-parda no Revis foi feito em setembro de 2021, com o 2º registro em outubro de 2023, mas a espécie foi flagrada em outros locais do município, em fevereiro e abril de 2024, respectivamente em numa propriedade rural de Ponta Negra, e em uma área de mata a 4 quilômetros (km) da sede do Revis.
As aparições são consideradas muito importantes porque as onças-pardas são uma espécie ameaçada de extinção, presente na lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), e considerada vulnerável pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
“O registro de uma nova onça-parda em nosso Refúgio de Vida Silvestre é um marco para a biodiversidade e reforça nosso compromisso com a preservação, monitoramento e educação ambiental, contando sempre com o apoio da comunidade para proteger nossa riqueza natural”, afirmou o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Maricá, Helter Ferreira.
De acordo com o município, os animais têm sido flagrados graças às chamadas “armadilhas fotográficas”, instaladas nos troncos das árvores em pontos estratégicos do Revis e vistoriadas uma vez no mês, dependendo da sequência do disparo.
A prefeitura ressalta ainda que, em 2023, o Mofama recebeu câmeras cedidas pelo projeto Onças Urbanas, uma cooperação técnica entre o Instituto de Biologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o BioParque do Rio, e o Projeto Aventura Animal, coordenado pelo biólogo Izar Aximofi.
Nos últimos anos, os equipamentos já capturaram imagens de gambás (Didelphis), cuícas (Metachirus nudicaudatus), caxinguelês (Sciurus aestuans) e quatis (Nasua nasua), além de outros felinos silvestres como gatos-maracajás (Leopardus Wiedii), gatos-mouriscos (Puma yagouaroundi), jaguatiricas (Leopardus pardalis) e as próprias onças-pardas.
“O trabalho consiste no monitoramento da fauna e no incentivo à educação ambiental com a comunidade do entorno. O projeto Onças Urbanas atua ainda em Niterói e no Rio de Janeiro, que são as 3 cidades litorâneas da Região Metropolitana”, explica o município.
Segundo Izar Aximofi, também foram flagrados outros mamíferos terrestres de médio e grande porte, incluindo espécies ameaçadas de extinção como lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) e paca (Cuniculus paca), além dos felinos silvestres. “Todas essas espécies não são mais encontradas, por exemplo, no Parque Nacional da Tijuca, outra unidade de conservação urbana próximo à Costa na Região Metropolitana. Isso revela a importância do Revis para a conservação de mamíferos da Mata Atlântica”, avaliou o biólogo.