Cabo Frio realizou, no último sábado (5), o Seminário Municipal de Educação Escolar Quilombola, reunindo representantes das comunidades tradicionais, educadores da rede municipal, estudantes e pesquisadores. A iniciativa da Secretaria Municipal de Educação (SEME), em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF) e o Ministério da Educação (SECADI/MEC), teve como foco o fortalecimento do ensino quilombola e a promoção de práticas pedagógicas baseadas na equidade racial.

O encontro aconteceu no auditório da SEME e buscou estreitar laços entre as escolas da cidade e os territórios quilombolas, além de valorizar as identidades e tradições desses povos. A programação incluiu momentos de diálogo, reflexão, escuta ativa e reconhecimento dos saberes ancestrais.

Comunidades como Botafogo, São Jacinto, Maria Romana, Maria Joaquina, Preto Forro e Fazenda Espírito Santo marcaram presença com protagonismo. Logo pela manhã, os participantes foram acolhidos com um Café Quilombola, preparado com produtos cultivados nas próprias comunidades, simbolizando a conexão entre alimentação, cultura e resistência.

A programação contou com representantes de cidades vizinhas, como Búzios, Iguaba Grande e São Pedro da Aldeia, além de pesquisadores, coletivos culturais, o NEAB/UFF (Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros), e a Superintendência de Igualdade Racial de Cabo Frio.

Entre os principais momentos do seminário, destacaram-se mesas de debate como “Saberes Quilombolas”, que abordou práticas culturais e mecanismos de resistência, e “Educação Escolar Quilombola e Educação Antirracista”, que tratou o tema como um direito constitucional e parte de uma política pública transformadora.

Também foram realizadas oficinas práticas, como a “Feira Escolar Quilombola: Tem no meu quintal”, valorizando saberes populares e produções locais, além da vivência “Memória Falada: A tradição oral como ato de resistência”, que resgatou histórias e vozes dos territórios.

O evento foi um marco no diálogo entre a escola pública e os quilombos de Cabo Frio, ampliando o olhar sobre uma educação verdadeiramente inclusiva e construída com respeito às raízes históricas da cidade.