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Shopping de Cabo Frio tem fluxo intenso mas avaliação do comércio é cautelosa

Apesar da movimentação observada em diversos pontos do shopping da cidade, a avaliação geral sobre o desempenho do comércio neste Natal ainda é marcada por divergências. Para o presidente da Luta Pelo Comércio de Cabo Frio, o fluxo registrado em 2025 se mantém semelhante ao do ano passado, diferentemente do que relatam alguns lojistas. A análise ganha peso quando comparada a 2024, ano em que o Natal foi fortemente impactado por atrasos no pagamento de salários e do 13º dos servidores públicos municipais, reduzindo o poder de compra da população.
Naquele período, muitos consumidores deixaram de adquirir presentes, o que refletiu diretamente na economia local. Uma enquete realizada pelo Portal RC24h indicou que a maioria dos participantes não pretendia comprar presentes, e entre os que realizaram compras, mais da metade optou pela internet. O centro da cidade, na antevéspera do Natal, apresentou baixo movimento, cenário associado à crise financeira enfrentada pelo município à época.
No shopping, no entanto, a percepção entre lojistas é variada. No segmento de brinquedos, o desempenho tem sido positivo. A gerente da RiHappy, Tatiane, afirma que as promoções foram decisivas para atrair consumidores. “A gente está com muita promoção na loja, principalmente de marcas como Mattel, que tem Barbie e Hot Wheels. Isso está chamando muito cliente e os produtos estão saindo bastante”, relatou. Segundo ela, o Natal supera outras datas comemorativas em volume de vendas e, neste ano, o movimento está acima do registrado em 2024.
No setor de moda surfwear, a avaliação também é de crescimento. O vendedor Emerson, da Rip Curl, destaca a procura por itens para presente e produtos de verão. “A galera tem procurado bastante camisa, blusa para presentear pai e irmão. Como é verão, também estão saindo muito biquíni, bolsa e artigos de praia”, explicou. Ele atribui o aumento nas vendas ao fluxo de turistas. “O movimento está bem maior que no último Natal e na Black Friday, inclusive com público de fora”, completou.
Em contrapartida, no segmento de calçados, o cenário é mais contido. Na loja Itapuã, a vendedora Vitória relata que os tênis esportivos lideram as vendas, mas avalia o desempenho como inferior ao do ano passado. “O ano passado foi bem melhor. Este ano está mais parado”, afirmou.
Já na perfumaria, o balanço é favorável. Mariana, da Natura, disse que as vendas superaram as expectativas iniciais, impulsionadas principalmente por kits e lembrancinhas. “Está bem melhor do que a gente esperava. Sabonetes, perfumes e kits estão saindo bastante, principalmente como lembrancinhas”, destacou.
Do lado dos consumidores, a preferência pelas compras presenciais se mantém. O advogado Lucas Motta afirmou que escolheu as lojas físicas para evitar transtornos com trocas. “Os preços não tiveram muita diferença em relação ao ano passado. Apesar de sair um pouco mais caro, comprar presencialmente facilita na escolha do tamanho”, avaliou. Milena Rezende também concentrou parte das compras no shopping, citando atrasos em entregas feitas pela internet e a possibilidade de experimentar os produtos nas lojas.
Felipe Vieira, outro consumidor que esteve no shopping nos últimos dias, avaliou positivamente os preços, especialmente no setor de vestuário. “Achei os preços bons, principalmente nas lojas de roupa. Achei os valores de algumas coisas no shopping parecidos com o da internet. A South está bem mais barata do que a C&A”, comentou. Apesar disso, fez críticas à organização de algumas lojas. “A organização está bem ruim, parece que está faltando funcionário. A C&A estava muito bagunçada”, concluiu.






