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Feira Literária de Maricá tem domingo da Independência com cultura e reflexões

A celebração pelo feriado da Independência em Maricá foi recheada de cultura, literatura, música e reflexões, durante o 3º dia da Feira Literária Internacional de Maricá (FLIM), que começou na última sexta-feira, 5.
O dia começou animado com uma apresentação da bateria da escola mirim da Mangueira do Amanhã, projeto social da escola de samba Estação Primeira de Mangueira, do Rio, que tem como uma das fundadoras a cantora Alcione.
O 3º dia da FLIM 2025 foi marcado por importantes debates que contaram com a participação de MV Bill, Aline Midlej, Octavio Guedes e Leoni, que fechou a programação desse domingo, 7, com um belo show no palco principal.
“A literatura nos permite uma profundidade que, infelizmente, o dia a dia da redação não nos permite. Faz 1 ano que lancei o meu 1º livro solo, depois de ter feito participações em outros. Mas a gente escreve um livro inteiro por dia sobre Brasil. O jornalismo é isso”, disse a jornalista Aline Midlej.
O depoimento abriu a mesa de debates “Entre Fatos e Leituras”, que contou com a participação do também jornalista e escritor Octavio Guedes, que reforçou a similaridade entre as profissões, ressaltando a importância delas para o país.
“Ambos têm que ser relevantes e interessantes. O jornalista tem que falar para todos, e isso não significa ser sensacionalista, mas tornar o assunto interessante para todos, não falar apenas para a sua bolha. Isso é muito parecido entre os 2”, avaliou Octavio Guedes.
Mediada pela secretária de Comunicação, Danielle Oliveira, a mesa contou ainda com a participação do pesquisador Marcelo Santana, coordenador do curso de Direito da Universidade de Vassouras campus Maricá.
“A mesa mostrou que toda construção discursiva é situada, e que este espaço de debates é extremamente importante para que a gente consiga construir novas possibilidades de entendimento do país que a gente tem e o que a gente quer”, finalizou Danielle Oliveira.
Na sequência, foi a vez de uma das mesas mais aguardadas da FLIM 2025, que teve a presença do rapper, escritor, ator, cineasta e ativista MV Bill, além do roteirista Rodrigo Santos, e do escritor Wesley Barbosa.
Com o tema “Escrevivências da Quedrada”, o encontro abordou temas como a importância dos chamados autores periféricos, que relataram a sua relação com seus locais e com a escrita, tanto na música quanto na literatura.
“O rap me ensinou o valor da palavra. Mesmo com poucos recursos, éramos capazes de compor narrativas complexas. Muitos subestimam o gênero, mas escrever letras longas e consistentes exige amplo repertório e domínio da linguagem. A literatura ampliou ainda mais esse horizonte, abrindo caminhos que a música, sozinha, talvez não abrisse”, contou MV Bill.
“A literatura surgiu para mim como um remédio, uma forma de proteção para quem vive nas periferias. Cresci em um ambiente hostil, sem perspectivas visíveis de futuro, e foi por meio do rap tive meu 1º contato com a palavra escrita. A partir dali, os livros ampliaram meu horizonte e me permitiram transformar a dor em potência. Hoje, escrevo para registrar minha história e dar voz a vivências muitas vezes silenciadas”, concordou Wesley Barbosa.
O evento contou ainda com a participação da juventude de Maricá na tenda FLIM Jovem, que abordou temas como “SUS é soberania, é vida, é Brasil”, sobre a importância do Serviço Único de Saúde (SUS).
Também foram discutidos “Projetos escolares – juventudes que inspiram e transformam” e “Jovens protagonistas: soft skills para carreira e empreendedorismo”, antes do fechamento da programação da tenda, com a peça teatral “Ai de mim – Um experimento sobre o amor!”.
Foto: Thamyris Mello